Essa é a história de uma menina e de um pássaro encantado que se apaixonaram. O pássaro voava para longe e voltava sempre, contando histórias de onde passou. Sofrendo com as constantes partidas do amado, a menina resolveu prende-lo. Engaiolado, o pássaro mudou. Perdeu as cores nas asas; ficou sem canto.
A menina também se entristeceu e acabou por abrir a gaiola. O pássaro agradeceu e partiu e ela passou a ver o mundo como um lugar encantado. Começou a se enfeitar e a se fazer bela, sempre à espera de um reencontro.
As pessoas que não sabem viver sozinhas estão o tempo todo mendigando aprovação das outras. É preciso aprender a viver só, aprender a fazer silêncio, para poder conviver com o outro, porque dentro de cada um mora uma grande solidão.
Há um lugar dentro da gente que ninguém vai, somente nós. E nem nós mesmos sabemos como é esse lugar. Então temos que aprender a respeitar a solidão do outro e a nossa própria solidão. Há pessoas que não suportam a solidão do outro, acham que, quando o outro quer ficar sozinho, é uma indicação de que ele não está amando.
Rubem Alves
A menina também se entristeceu e acabou por abrir a gaiola. O pássaro agradeceu e partiu e ela passou a ver o mundo como um lugar encantado. Começou a se enfeitar e a se fazer bela, sempre à espera de um reencontro.
As pessoas que não sabem viver sozinhas estão o tempo todo mendigando aprovação das outras. É preciso aprender a viver só, aprender a fazer silêncio, para poder conviver com o outro, porque dentro de cada um mora uma grande solidão.
Há um lugar dentro da gente que ninguém vai, somente nós. E nem nós mesmos sabemos como é esse lugar. Então temos que aprender a respeitar a solidão do outro e a nossa própria solidão. Há pessoas que não suportam a solidão do outro, acham que, quando o outro quer ficar sozinho, é uma indicação de que ele não está amando.
Rubem Alves
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