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Um passo em frente nesta longa escadaria rumo a um sentimento de concretização pessoal. Sou, na minha essência, a mesma... mas visto-me mais de acordo com uma filosofia que é minha, que tomo como minha. Aquela que me autoriza a errar, a arriscar, a ser uma mente aberta, a pagar preços altos pelo que, para mim, faz todo o sentido... momentos de felicidade!

Meu Mundo

"Não sou para todos. Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestades. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso... São necessárias!" ***Caio F. Abreu

17 de outubro de 2018

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER…

Este provérbio guarda semelhança com outro que foi objeto de reflexão em um dos meus textos anteriores: “o que os olhos não vêem, o coração não sente”. Ambos significam a negação do querer ver. A conveniência sempre impondo a decisão de ficar cego diante de determinadas situações.
O ditado popular a que me reporto agora, tem , a meu ver, uma carga de crítica social e política muito forte. Existem pessoas que preferem não perceber crises, dificuldades, injustiças, para que não sejam obrigadas a assumir responsabilidades na busca de solução para tais problemas. Se recusam a ver a verdade. Se omitem. Se alienam. Só enxergam o que querem e o que lhes interessa. É, no mínimo, uma atitude de comodismo e de indiferença.
“O pior cego é aquele que não quer ver”, porque dessa forma ele se torna conivente com os males que afligem a sociedade e protege os que oprimem, humilham, escravizam e desrespeitam seus semelhantes.
Temos a mania de querermos ver o mundo como desejamos e por isso evitamos enxerga-lo como ele é na realidade. Na nossa cegueira optamos por construir e idealizar um mundo bem ao nosso gosto.
Nessa linha de raciocínio é que surgiu esse provérbio. Nasceu de uma história ocorrida no século XVII na França. Um aldeão de nome Argel foi a primeira pessoa a receber um transplante de córnea, num extraordinário sucesso da medicina da época. Ao enxergar, ele se tomou de um estado de horror com o mundo que passou a conhecer, bem diferente do que imaginava quando vivia na escuridão da cegueira. Solicitou então ao cirurgião que o operou a extrair-lhe os olhos, preferia voltar a ser cego. Com a recusa do médico apelou para os tribunais de Paris e do Vaticano e teve ganho de causa. Passou então a ser conhecido como “o cego que não quis ver”.
A narrativa, ou parábola, dá força ao sentido filosófico deste provérbio, porque demonstra que em muitos momentos agimos como Argel, preferimos ficar cegos para não vermos o mundo que não queremos enxergar.
Saramago, na primeira frase do seu livro “Ensaio Sobre a Cegueira”, diz : “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.
Por: Rui Leitão


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